janeiro 17, 2008

Blog # 9

Imagine o leitor que cria uma marca “do Gerês”. Terá de pagar direitos pela utilização da palavra Gerês, porque é um parque natural. A quem paga? Ao Estado, que, além de se apropriar do que pode, tenta também ser dono da paisagem, dos nomes e da geografia – e, ao mesmo tempo, financiar o seu Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade. O Ministério do Ambiente elaborou um decreto em que prevê explorar comercialmente as marcas associadas às “áreas classificadas”, ou seja, aos parques naturais. É fácil lançar impostos. Ora, eu gostaria de saber quem atribuiu ao Governo direitos de autor sobre a paisagem, como se fossem território seu.

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Luís Filipe Menezes foi ao Hospital de Faro, onde encontrou macas espalhadas pelos corredores, problemas administrativos e carências dramáticas de meios. Chamou a atenção dos jornais para o retrato? Não, chamou-lhes “questões laterais”. Invocou a “responsabilidade” para se calar e fazer boa figura. Escolheu o motivo errado.

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Desconfio dos abaixo-assinados. Está aí um, contra o Ministério da Cultura. Os signatários pedem uma nova política mas há quem, nas entrelinhas, leia “mais subsídios”, “mais dinheiro” e “mais amigos”, como de costume. Gente de má-fé costuma desconfiar; no caso da cultura, isso é um dever. Coragem seria acabar com o ministério.

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FRASES

- "Prefiro não ser eleito [no BCP], para poder falar" Joe Berardo, ontem, no CM

- "[O PSD] deve pedir a privatização da banca nacionalizada, a começar pelo BCP" João Miranda, no blogue Blasfémias

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