janeiro 22, 2008

Blog # 12

Realiza-se hoje, em Lisboa (Casa Fernando Pessoa), o colóquio ‘Para Além da Mágoa’, que junta escritores que se ocuparam com o espaço colonial ou pós-colonial. De que falam eles? De um mundo irreal, como toda a literatura – mas sobretudo da memória, de portugueses e de africanos. Escritores como José Eduardo Agualusa (de Angola) ou Luís Cardoso (Timor) souberam ultrapassar as contingências do colonialismo e do anti-colonialismo, para falar da sua relação com a vida. Cardoso reinventou mesmo a palavra “ultramarino”; Agualusa (leia-se o seu último romance, ‘As Mulheres do Meu Pai’) fala de angolanos brancos e de portugueses pretos, para dar conta da ligação que existe entre os vários mundos da nossa língua. Francisco Camacho publicou um romance, ‘Niassa’, sobre um adolescente português que viaja em Moçambique sem passar pelo folclore colonial ou anti-colonial. Talvez esteja a nascer alguma coisa diferente entre as novas gerações de autores de língua portuguesa.

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Algumas universidades e escolas advertiram os estudantes de que não admitem a Wikipédia ou o FaceBook como fontes para trabalhos de qualquer natureza. É uma grande vitória da decência e do bom senso, se tivermos em conta a facilidade com que o “choque tecnológico” tem gerado plágios académicos e preguiça no meio escolar.

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Desenhos de Luandino Vieira, isso mesmo – para acompanhar a reedição dos poemas de Paula Tavares, em ‘Ritos de Passagem’ (Caminho).

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O serviço de ciência da Fundação Gulbenkian realizou vários ciclos de colóquios intitulados ‘Despertar para a Ciência’. Os textos foram agora publicados pela Gradiva com esse mesmo título.

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FRASES

- "Continuemos a trabalhar para ter os mesmos problemas da Europa desenvolvida, mas sem as vantagens” Cristina Ferreira de Almeida no Blogue Corta-Fitas

- “O sacrossanto betão é a morfina da economia lusitana” António Ribeiro Ferreira, ontem no CM

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