Um jogo em várias frentes
1. Não é “o clássico da época”. Os timoratos têm razão quando dizem, mesmo de pé atrás, que o primeiro lugar está garantido seja qual for o resultado do jogo. Mas a lição de Co Adriaanse, o do molho holandês, deve recordar-se; ele reconheceu, com aquela ingenuidade que merecia estalos, que “não sabia que era importante vencer o Benfica”. Mas Jesualdo, que é mais avisado, sabe que é importante não perder na Luz por dois motivos essenciais: porque é necessário (diante dos adeptos) compensar a dignidade ferida por um empate miserável na Amadora e pela derrota imbecil de Liverpool, e porque a vitória constitui (para a equipa) uma vitamina no caminho para o título.
2. Compreendo que Jesualdo está no fio da navalha. Castigar os jogadores depois de Liverpool não é bom remédio antes do confronto com o Benfica. Há um capital anímico que é necessário manter. Por isso, o jogo pode não ser uma final – mas deve ser vivido como uma final. Jesualdo Ferreira sabe porquê: mais de metade do campeonato é atribuída pela “imprensa do regime” e esta também precisa de ser castigada e posta no sítio. É, por isso, um jogo em várias frentes.
3. E, depois, outra etapa: tratar das contratações. Já se viu que falharam.
4. O Benfica jogou bem contra o Milan. Não, não vou dizer que “a bola não entrou”, como Camacho gosta de referir (ele ganhou pontos graças a essa frase), mas a verdade é que o Benfica mostrou fibra e capacidade de responder à velocidade de um jogo decisivo. São as duas características mais relevantes do Benfica. Cardozo e Maxi são feios de jogo mas são fortes no campo, se lhes apetecer.
5. Garra e fibra: o Braga contra o Bayern. A multinacional alemã não conseguiu, mesmo com o roubo descarado do árbitro, vencer em Braga (como querem os bonzos da UEFA, para garantir “brilho” na competição). E Manuel Machado soube ler o tabuleiro.
5. O tema mais desagradável da semana é, como de costume, Scolari. Eu defendo que o homem deve ser deixado em paz a preparar o Euro – mas na condição de ele nos deixar em paz com os seus arrebiques. A entrevista que concedeu ao “Estado de São Paulo” é, nas entrelinhas, mais numa desconsideração para com Portugal, falando de contratos, rescisões, mantendo sempre aceso o pequeno tique de “eles, os tugas”, como se estivesse a fazer-nos o favor de treinar a selecção portuguesa até ao Euro “mas depois vou-me embora”. Concedo que ele seja amado, glorificado, e que deve ser defendido. Mas não está em condições de reabrir feridas que mereciam sulfamida e mercurocromo. Assim, está a ser burro.
in Topo Norte – Jornal de Notícias – 1 Dezembro 2007
2. Compreendo que Jesualdo está no fio da navalha. Castigar os jogadores depois de Liverpool não é bom remédio antes do confronto com o Benfica. Há um capital anímico que é necessário manter. Por isso, o jogo pode não ser uma final – mas deve ser vivido como uma final. Jesualdo Ferreira sabe porquê: mais de metade do campeonato é atribuída pela “imprensa do regime” e esta também precisa de ser castigada e posta no sítio. É, por isso, um jogo em várias frentes.
3. E, depois, outra etapa: tratar das contratações. Já se viu que falharam.
4. O Benfica jogou bem contra o Milan. Não, não vou dizer que “a bola não entrou”, como Camacho gosta de referir (ele ganhou pontos graças a essa frase), mas a verdade é que o Benfica mostrou fibra e capacidade de responder à velocidade de um jogo decisivo. São as duas características mais relevantes do Benfica. Cardozo e Maxi são feios de jogo mas são fortes no campo, se lhes apetecer.
5. Garra e fibra: o Braga contra o Bayern. A multinacional alemã não conseguiu, mesmo com o roubo descarado do árbitro, vencer em Braga (como querem os bonzos da UEFA, para garantir “brilho” na competição). E Manuel Machado soube ler o tabuleiro.
5. O tema mais desagradável da semana é, como de costume, Scolari. Eu defendo que o homem deve ser deixado em paz a preparar o Euro – mas na condição de ele nos deixar em paz com os seus arrebiques. A entrevista que concedeu ao “Estado de São Paulo” é, nas entrelinhas, mais numa desconsideração para com Portugal, falando de contratos, rescisões, mantendo sempre aceso o pequeno tique de “eles, os tugas”, como se estivesse a fazer-nos o favor de treinar a selecção portuguesa até ao Euro “mas depois vou-me embora”. Concedo que ele seja amado, glorificado, e que deve ser defendido. Mas não está em condições de reabrir feridas que mereciam sulfamida e mercurocromo. Assim, está a ser burro.
in Topo Norte – Jornal de Notícias – 1 Dezembro 2007
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