O "jogo" da política do futebol
1. Para diminuir o alcance de mais um campeonato ganho pelo FC Porto, há sempre essa referência ao “um ponto de vantagem” sobre o segundo classificado. Estão mal habituados. Quando o FC Porto era apontado como campeão ao dobrar o Carnaval, essas vozes falavam então de “falta de competitividade” e, como Vale e Azevedo pensava na altura, era necessário “chamar alguém” para pôr cobro a isso. Por exemplo: o facto de o FC Porto ter ocupado o topo da tabela desde o princípio do campeonato, tremendo ou não, também seria um exemplo de “falta de competitividade”. É esse o jogo da “política do futebol”: acusado por ser campeão e acusado porque poderia não ter sido.
2. A moral dos ressentidos é caso para anedota, mas vale a pena falar brevemente do assunto. Por exemplo: teria a mão de Ronny, no Sporting-Belenenses, “roubado” o título ao Sporting? Para uma série de cavalheiros, sim, mesmo que lhes lembremos erros clamorosos de sinal contrário. Ao invés, o FC Porto foi várias vezes prejudicado por arbitragens que, involuntariamente (acredito), decidiram no limite; em casos de dúvida, o FC Porto era punido. É esse o jogo da “política do futebol”: seguir na onda, como se o campeonato se pudesse ganhar por televoto.
3. Amanhã, na Taça, defrontam-se duas das equipas cujo futebol foi convincente. Já aqui o escrevi e por isso posso repeti-lo: o Sporting não foi apenas convincente mas, também, consistente. Uma equipa jovem, animada e decidida. Vai ser um jogo bom de ver, sem campeões por antecipação.
4. O negócio do Benfica, mais uma vez, não é o futebol. São as acções na bolsa, festejadas como se tratasse de um acontecimento sem igual – e a “política”. Desta vez, a “política” reduz-se à participação na Taça da Liga e à chantagem feita em nome de dossiers abstractos e supostamente relacionados com o Apito Dourado. O que não se pode ganhar em campo, ganha-se no número de adeptos e nas secretarias. A partir de agora, sugiro aos leitores que coleccionem a quantidade de jogadores que o Benfica, de acordo com a imprensa amiguinha, “vai comprar” até Agosto e que compare com a lista dos jogadores que forem integrados na Luz quando começar o campeonato. É essa a grandeza dos clubes, poderem ser devorados por si mesmos.
5. Não sei se viram o AC Milan-Liverpool, mas não foi um grande jogo. Há quem diga que as finais destes torneios quase nunca dão bons jogos. Eu limito-me a ver o jogo. Não queria nenhum dos treinadores para a minha equipa. Mas, sobretudo, não queria Benítez. No Valência comportava-se como se estivesse a treinar o Ourense. No Liverpool, como se fosse técnico do Valência B.
in Topo Norte - Jornal de Notícias - 26 Maio 2007
2. A moral dos ressentidos é caso para anedota, mas vale a pena falar brevemente do assunto. Por exemplo: teria a mão de Ronny, no Sporting-Belenenses, “roubado” o título ao Sporting? Para uma série de cavalheiros, sim, mesmo que lhes lembremos erros clamorosos de sinal contrário. Ao invés, o FC Porto foi várias vezes prejudicado por arbitragens que, involuntariamente (acredito), decidiram no limite; em casos de dúvida, o FC Porto era punido. É esse o jogo da “política do futebol”: seguir na onda, como se o campeonato se pudesse ganhar por televoto.
3. Amanhã, na Taça, defrontam-se duas das equipas cujo futebol foi convincente. Já aqui o escrevi e por isso posso repeti-lo: o Sporting não foi apenas convincente mas, também, consistente. Uma equipa jovem, animada e decidida. Vai ser um jogo bom de ver, sem campeões por antecipação.
4. O negócio do Benfica, mais uma vez, não é o futebol. São as acções na bolsa, festejadas como se tratasse de um acontecimento sem igual – e a “política”. Desta vez, a “política” reduz-se à participação na Taça da Liga e à chantagem feita em nome de dossiers abstractos e supostamente relacionados com o Apito Dourado. O que não se pode ganhar em campo, ganha-se no número de adeptos e nas secretarias. A partir de agora, sugiro aos leitores que coleccionem a quantidade de jogadores que o Benfica, de acordo com a imprensa amiguinha, “vai comprar” até Agosto e que compare com a lista dos jogadores que forem integrados na Luz quando começar o campeonato. É essa a grandeza dos clubes, poderem ser devorados por si mesmos.
5. Não sei se viram o AC Milan-Liverpool, mas não foi um grande jogo. Há quem diga que as finais destes torneios quase nunca dão bons jogos. Eu limito-me a ver o jogo. Não queria nenhum dos treinadores para a minha equipa. Mas, sobretudo, não queria Benítez. No Valência comportava-se como se estivesse a treinar o Ourense. No Liverpool, como se fosse técnico do Valência B.
in Topo Norte - Jornal de Notícias - 26 Maio 2007
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