Faz parte do espectáculo
1. O Sporting-Benfica já não é o que era. Como dizem os "misters", é só mais um jogo, e Fernando Santos até insistiu em que não era decisivo. Não era. Se o Benfica perdesse, ficava a boa distância dos vizinhos da Segunda Circular; se o Sporting perdesse, o F. C. Porto podia estender mais a fita métrica a separá-lo do segundo lugar. Paulo Bento comportou-se com decência: assumiu que o Sporting era favorito. Fez bem; isso dá ânimo e deita por terra aqueles treinadores que estão sempre a fazer o papel de coitadinhos, muito humildes e pobrezinhos. Gosto de treinadores arrogantes e não me importo de ouvir Manuel José a esganiçar-se, no Egipto, a dizer que é o melhor do Mundo. Faz parte do espectáculo. O Benfica ganhou. Tirem as conclusões.
2. Dito isto, o jogo foi bom e o Benfica provou que fez bom futebol a partir do terceiro minuto, quando Ricardo Rocha marcou. O Sporting sofreu de uma doença chamada Sporting: jogaram como miúdos queixinhas, de beicinho e aceitando o destino.
3. A polícia fez buscas no estádio do Benfica e parece que encontrou o que não devia encontrar: armas (e algumas drogas na casa de um membro da claque), entre outras coisas ilegais. O fenómeno não é fenómeno e não é novo, sequer, por mais que se inclinem para este tom – com ares de sociólogo - os dirigentes desportivos. As claques são fundamentais, fazem parte da aparelhagem festiva dos jogos. Há amigos meus e comentadores encartados que têm sempre armado o seu discurso contra as claques e que as indicam como principal inimigo do espectáculo. Não são. Fazem parte do espectáculo, como as luzes, os golos, os falhanços e as vaias. Infelizmente, não é possível exigir um atestado de bom comportamento e de elevada inteligência a cada um dos membros das claques. Mas é possível obrigá-los a cumprir a lei e a puni-los por desacatos, assaltos, crimes como o incitamento ao racismo ou o consumo e a distribuição de drogas ilegais. Nenhum clube pode encobrir esse enevoado de más relações. Os clubes também deviam precaver-se. Mas uma cousa é certa, se me entendem: cada clube tem as claques que tem. Faz parte do espectáculo.
4. Tenho duas campanhas pessoais, até ao final da época. Uma, em defesa de Cristiano Ronaldo contra as manigâncias e os maus humores de Scolari, o amargo. A outra consiste em relembrar ao F.C. Porto que Diego joga no Werder Bremen. No primeiro caso, Scolari teve de recorrer ao "Benuron" de novo: o miúdo marcou novo golo ao serviço do Manchester. Ataca-o, Scolari, ataca-o. Ataca-o, que ele marca. Faz parte do espectáculo.
5. No segundo caso, Diego foi de novo distinguido como uma peça essencial no Werder Bremen. O que não servia no Dragão, serve para os teutões. Mas, claro, eles não sabem jogar à bola. Eu obrigava Co Adriaanse a indemnizar os adeptos do F. C. Porto.
in Topo Norte – Jornal de Notícias – 2 Dezembro 2006
2. Dito isto, o jogo foi bom e o Benfica provou que fez bom futebol a partir do terceiro minuto, quando Ricardo Rocha marcou. O Sporting sofreu de uma doença chamada Sporting: jogaram como miúdos queixinhas, de beicinho e aceitando o destino.
3. A polícia fez buscas no estádio do Benfica e parece que encontrou o que não devia encontrar: armas (e algumas drogas na casa de um membro da claque), entre outras coisas ilegais. O fenómeno não é fenómeno e não é novo, sequer, por mais que se inclinem para este tom – com ares de sociólogo - os dirigentes desportivos. As claques são fundamentais, fazem parte da aparelhagem festiva dos jogos. Há amigos meus e comentadores encartados que têm sempre armado o seu discurso contra as claques e que as indicam como principal inimigo do espectáculo. Não são. Fazem parte do espectáculo, como as luzes, os golos, os falhanços e as vaias. Infelizmente, não é possível exigir um atestado de bom comportamento e de elevada inteligência a cada um dos membros das claques. Mas é possível obrigá-los a cumprir a lei e a puni-los por desacatos, assaltos, crimes como o incitamento ao racismo ou o consumo e a distribuição de drogas ilegais. Nenhum clube pode encobrir esse enevoado de más relações. Os clubes também deviam precaver-se. Mas uma cousa é certa, se me entendem: cada clube tem as claques que tem. Faz parte do espectáculo.
4. Tenho duas campanhas pessoais, até ao final da época. Uma, em defesa de Cristiano Ronaldo contra as manigâncias e os maus humores de Scolari, o amargo. A outra consiste em relembrar ao F.C. Porto que Diego joga no Werder Bremen. No primeiro caso, Scolari teve de recorrer ao "Benuron" de novo: o miúdo marcou novo golo ao serviço do Manchester. Ataca-o, Scolari, ataca-o. Ataca-o, que ele marca. Faz parte do espectáculo.
5. No segundo caso, Diego foi de novo distinguido como uma peça essencial no Werder Bremen. O que não servia no Dragão, serve para os teutões. Mas, claro, eles não sabem jogar à bola. Eu obrigava Co Adriaanse a indemnizar os adeptos do F. C. Porto.
in Topo Norte – Jornal de Notícias – 2 Dezembro 2006
<< Home