maio 30, 2011

Blog # 876

Outro dia, o ‘Telegraph’ fez uma investigação sobre o modo como os ingleses usam o seu crédito bancário. Vale a pena estender o inquérito a outros países para perceber como o velho continente fenece dentro de casa; um pouco por todo o lado, viagens compradas a crédito e a prestações, eletrodomésticos dispensáveis e luxuosos e carros abandonados aos credores ao fim de um ano – é esta a trilogia da catástrofe. O consumo imediato aniquilou a velha ‘acumulação de capital doméstico’ que fez a honra das famílias e a sua estabilidade ao longo das gerações. Hoje, as famílias não se perpetuam; a sua história termina a meio, tal como o crédito. Provavelmente, daqui a uns anos as velhas sagas da literatura serão apenas de curto prazo, consumidas pelos credores e pela solidão.

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Andou um mês perdido entre os papéis, mas nunca é tarde demais para chamar a atenção para ele: a Alfabeto reeditou entre nós as ‘Confissões de um Opiómano Inglês’, de Thomas de Quincey – uma pequena pérola entre ruínas. Leia!

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FRASES

"A campanha deveria ser enriquecedora politicamente, mas não há volta a dar à realidade." João Vaz, ontem, no CM.

"Coisas que se podem fazer a um domingo: espreguiçar-se em frente a um espelho." Joana Carvalho Dias, no blogue Os Tempos e as Vontades.

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