maio 14, 2011

Raspanete

Foi uma semana interessante. De um lado, um “hat-trick” de Pizzi a pôr o FC Porto em sentido, merecidamente. Dois dos golos do Paços de Ferreira são praticamente inexplicáveis numa equipa que, depois de conquistar o título de campeão, não pode justificar tamanhas distracções ou flutuações de “temperamento defensivo”. Sendo certo que a taça do título estava ali para festejar e ser festejada, também um mínimo de brio e de respeito pelos adeptos devia exigir uma atitude mais sólida aos jogadores do FC Porto. Perdeu-se alguma coisa? Não. Ficou o título diminuído? Não. Mas sobra uma ligeira e dispensável agonia daquele jogo que devia constituir uma antecâmara da festa que se lhe seguiu. Foi esta festa prejudicada? Não, porque os adeptos foram pacientes e sabem mostrar, em todos os momentos, a paixão pela equipa. Mas, mesmo assim, não é admissível detectar, naquela segunda parte do jogo, um tamanho número de distracções. Quantas? Duas – fatais, definitivas. E dispensáveis.

É evidente que – argumentarão os mais frios e temperados –, neste momento, quase todos os esforços do clube estão voltados para as duas competições que falta ganhar esta época – a Liga Europa e a Taça, e que o resto do campeonato perdeu importância. Pode ser, mas há representações simbólicas que não devem ser esquecidas.

Por outro lado, passado o raspanete, há o segundo momento da semana: o desfile, no relvado do Dragão, dos guerreiros que conquistaram o título. Moutinho coxeando e feliz, Falcao, Hulk, Freddy, Helton, Alvaro Pereira, James, Belluschi, Rolando e Fernando, Micael e Sapunaru, Sereno e Fucile, Maicón e Sousa – entre todos os que devolveram ao FC Porto a alegria de celebrar o título, com esta vantagem superior e memorável. Eles que celebrem – e que se preparem para os dois embates finais e decisivos. Estaremos à espera.

P.S. - Nesta altura do campeonato estava a fazer falta mais um vídeo de Jacinto Paixão. Esta gente não tem emenda – nem sabe manejar câmaras de vídeo.

in A Bola - 14 Maio 2011

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