maio 04, 2011

Blog # 858

Foi tardiamente, como um rapaz da província que chega a Lisboa e gosta de cinema: tinha acabado de descobrir o Quarteto, quatro salas de cinema com cadeiras pouco confortáveis e queixas de que havia pulgas aqui e ali. Víamos, naquelas salas, o cinema (escolhido por Bandeira Freire) que faltava noutras telas que daí a uns tempos se adaptaram às pipocas e aos refrescos. Recordo isso porque a Medeia vai encerrar as suas salas no Saldanha Residence, em Lisboa. No fim de contas, acho que há coisas incompatíveis: cinema independente, ou “mais independente”, e um certo luxo. Não significa que tenha de haver pulgas, mas, enfim, um certo recato que nos lembre o que estamos a fazer. O comércio da cultura não pode competir com o puro entretenimento e o negócio de refrigerantes.

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A Objectiva vai publicar as crónicas de Joana Amaral Dias, com o título ‘Portugal a Arder’. No prefácio, J. Medeiros Ferreira diz o essencial: Joana pertence a uma “corrente de pensamento de esquerda crítica que respira liberdade”.

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FRASES

"É de pasmar a forma como o Estado distribui o seu dinheiro em subsídios." Pedro S. Guerreiro, ontem, no CM.

"Acho que os americanos mataram o morto porque um símbolo tão monstruoso tem de ser liquidado." GAF, no blogue O Vermelho e o Negro.

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