Eleitos e escolhidos
Estava escrito que seria uma final entre duas grandes equipas portuguesas – a viagem a Dublin será o culminar de uma boa época internacional para o FC Porto e para o SC Braga. Evidentemente que a festa minhota foi, ontem, mais notória e justificada do que a passagem do FC Porto à final; não apenas pelos golos de Custódio e de Vandinho que garantiram uma soma positiva no resultado da eliminatória, mas porque a final europeia de Dublin é uma experiência fantástica para a equipa de Domingos. Além do mais, o seu adversário considerava (nas palavras de Fábio Coentrão) a obrigação “de ganhar a Liga Europa para esquecer esta época” em que ficara pelo caminho no campeonato e na Taça. Muitos são os eleitos, poucos os escolhidos, como se sabe.
Por outro lado, com 21 pontos de vantagem sobre o segundo classificado, além de finalista da Taça de Portugal e da Liga Europa, o FC Porto bem pode considerar que esta época (que começou da melhor forma, com a conquista da Supertaça) ficará bem no retrato de conjunto do clube. Mas as épocas desportivas têm uma história, têm um passado e um presente – e é necessário relembrar que, para chegar até aqui, o FC Porto lutou dentro do campo, sobre as quatro linhas, e teve de suportar a arrogância desmedida dos que gostam de atribuir títulos por televoto. Basta recordar o cepticismo e a deselegância como André Villas-Boas foi recebido no início da época, e como parte substancial da imprensa considerava, de antemão, que o título estava entregue. Nem Villas-Boas nem um plantel que soube resistir às pressões e à desconfiança cederam um milímetro. Villas-Boas provou que o seu talento de estratega e de organizador podem fazer dele um “special one” sem tiques de soberba e mantendo sempre aquilo que, nesta coluna, defendi que deveria ser uma das qualidades essenciais do treinador do FC Porto: cavalheirismo. Falta ultrapassar duas competições importantes, além da principal, o campeonato – mas Villas-Boas já mostrou esse talento e essa qualidade.
in A Bola - 7 Maio 2011
Por outro lado, com 21 pontos de vantagem sobre o segundo classificado, além de finalista da Taça de Portugal e da Liga Europa, o FC Porto bem pode considerar que esta época (que começou da melhor forma, com a conquista da Supertaça) ficará bem no retrato de conjunto do clube. Mas as épocas desportivas têm uma história, têm um passado e um presente – e é necessário relembrar que, para chegar até aqui, o FC Porto lutou dentro do campo, sobre as quatro linhas, e teve de suportar a arrogância desmedida dos que gostam de atribuir títulos por televoto. Basta recordar o cepticismo e a deselegância como André Villas-Boas foi recebido no início da época, e como parte substancial da imprensa considerava, de antemão, que o título estava entregue. Nem Villas-Boas nem um plantel que soube resistir às pressões e à desconfiança cederam um milímetro. Villas-Boas provou que o seu talento de estratega e de organizador podem fazer dele um “special one” sem tiques de soberba e mantendo sempre aquilo que, nesta coluna, defendi que deveria ser uma das qualidades essenciais do treinador do FC Porto: cavalheirismo. Falta ultrapassar duas competições importantes, além da principal, o campeonato – mas Villas-Boas já mostrou esse talento e essa qualidade.
in A Bola - 7 Maio 2011
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