Cá estaremos
A final da Taça de Portugal, e aquele jogo espantoso que encheu a tarde de domingo como uma vertigem de excelente futebol, assinalaram o encerramento de uma época de grande qualidade do FC Porto. Mais do que “grande qualidade”, foi uma época absolutamente notável que mostrou um plantel de grande nível, uma organização profissional invejável e invejada – e um trajecto desportivo que não tem igual no futebol português.
Fazer a história do ressentimento anti-portista seria de grande utilidade, até porque explica largamente a forma como o FC Porto, em termos gerais, não tem apenas de lutar dentro do campo, mas também de resistir à pressão exterior e a uma perseguição permanente. Basta ver como, imediatamente após o início do “defeso”, a carreira do FC Porto é ignorada e devolvida às páginas interiores – porque, como se sabe, o “defeso” tem um “campeão” à partida. Não faz mal. Cá estaremos.
2. Por isso, não peço desculpa de nada. Futebol é futebol. Guerra é guerra. Aceito os golpes com a mesma dignidade com que ofendo, registo as ofensas com a mesma atenção com que as escolho e escrevo. Às vezes exagero, mas é só futebol. Respeito os leitores – não finjo uma imparcialidade que não tenho, não imito a opinião dos equidistantes. Não sou equidistante: gostei de festejar. Com as cores do FC Porto.
3. Contra o que dizem as primeiras páginas, os clubes portugueses devem ser prudentes em matéria de contratações. Prudentes, sensatos e sérios. No festival de chegadas e partidas, é necessário conservar algum bom senso. Se o plantei disponível é também o plantel possível, não vejo razão para fazer “compras de época” ou “revoluções de plantel” apenas para alimentar as primeiras páginas – a menos que seja esse o objectivo.
Tal como o país, também os clubes precisam desse bom-senso e dessa morigeração. A palavra pode não ser bonita mas diz tudo – pensar bem antes de endividar o que resta do futebol português.
in A Bola - 28 Maio 2011
Fazer a história do ressentimento anti-portista seria de grande utilidade, até porque explica largamente a forma como o FC Porto, em termos gerais, não tem apenas de lutar dentro do campo, mas também de resistir à pressão exterior e a uma perseguição permanente. Basta ver como, imediatamente após o início do “defeso”, a carreira do FC Porto é ignorada e devolvida às páginas interiores – porque, como se sabe, o “defeso” tem um “campeão” à partida. Não faz mal. Cá estaremos.
2. Por isso, não peço desculpa de nada. Futebol é futebol. Guerra é guerra. Aceito os golpes com a mesma dignidade com que ofendo, registo as ofensas com a mesma atenção com que as escolho e escrevo. Às vezes exagero, mas é só futebol. Respeito os leitores – não finjo uma imparcialidade que não tenho, não imito a opinião dos equidistantes. Não sou equidistante: gostei de festejar. Com as cores do FC Porto.
3. Contra o que dizem as primeiras páginas, os clubes portugueses devem ser prudentes em matéria de contratações. Prudentes, sensatos e sérios. No festival de chegadas e partidas, é necessário conservar algum bom senso. Se o plantei disponível é também o plantel possível, não vejo razão para fazer “compras de época” ou “revoluções de plantel” apenas para alimentar as primeiras páginas – a menos que seja esse o objectivo.
Tal como o país, também os clubes precisam desse bom-senso e dessa morigeração. A palavra pode não ser bonita mas diz tudo – pensar bem antes de endividar o que resta do futebol português.
in A Bola - 28 Maio 2011
Etiquetas: A Bola
<< Home