Falar verdade
Não há jogos iguais. Já sabíamos. Quem viu o FC Porto-Braga da primeira volta assistiu a uma das melhores partidas deste campeonato: um Braga motivadíssimo por um segundo lugar da época passada e por uma hipótese na Champions – e um FC Porto brilhante e lutador que contrariou as sibilas (que têm dons proféticos) e pitonisas (o nome deriva da serpente Píton) da pré-época. O Braga-FC Porto da segunda volta será diferente. No domingo, tudo será mais táctico, mais cuidadoso, mais concentrado no essencial – a vitória é necessária a ambos os clubes e não vale a pena iludir o cenário: nem o FC Porto nem o Braga estão ao mesmo nível competitivo da primeira volta. Mas o jogo pode constituir o ressurgimento desse ânimo que tem faltado. Ânimo, aqui, é um eufemismo: significa, também, pontaria, entusiasmo, delírio criativo, velocidade na direcção do golo, eficácia, paixão. Coisas que fazem o futebol e que fizeram a primeira volta do FC Porto, não como uma máquina trituradora, mas como um grupo animado pela paixão do jogo.
Já o escrevi aqui várias vezes (Luís Freitas Lobo insiste nesse ponto com a inteligência do costume): mais do que desporto, o futebol é um jogo. Por vezes, dentro e fora do relvado, tem mais a ver com Sun-Tzu, Maquiavel, Richelieu ou Clausewitz, que trataram de jogos mais perigosos, os da política e da guerra. Em certa medida, e em certas circunstâncias, o futebol é contaminado por eles – há centenas de citações que têm aplicação nos estádios, mas nenhuma vale o que vale um golo e, antes do golo, o entusiasmo por querer marcá-lo. Vale mais, por isso, falar verdade e jogar em conformidade; ou seja: é preciso, além disso, recuperar as duplas e triplas que permitiram a qualidade da primeira volta.
Suspeito, ao olhar para o plantel disponível, que o jogo deste domingo ainda não será o da reviravolta e que Sevilha será o palco escolhido como o momento de viragem. Pode ser. James, Hulk e Varela até podem ser o tridente fatal. Mas é preciso um pouco mais.
in A Bola - 12 Fevereiro 2011
Já o escrevi aqui várias vezes (Luís Freitas Lobo insiste nesse ponto com a inteligência do costume): mais do que desporto, o futebol é um jogo. Por vezes, dentro e fora do relvado, tem mais a ver com Sun-Tzu, Maquiavel, Richelieu ou Clausewitz, que trataram de jogos mais perigosos, os da política e da guerra. Em certa medida, e em certas circunstâncias, o futebol é contaminado por eles – há centenas de citações que têm aplicação nos estádios, mas nenhuma vale o que vale um golo e, antes do golo, o entusiasmo por querer marcá-lo. Vale mais, por isso, falar verdade e jogar em conformidade; ou seja: é preciso, além disso, recuperar as duplas e triplas que permitiram a qualidade da primeira volta.
Suspeito, ao olhar para o plantel disponível, que o jogo deste domingo ainda não será o da reviravolta e que Sevilha será o palco escolhido como o momento de viragem. Pode ser. James, Hulk e Varela até podem ser o tridente fatal. Mas é preciso um pouco mais.
in A Bola - 12 Fevereiro 2011
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