fevereiro 04, 2011

Blog # 795

Mesmo quem não viu ‘O Último Tango em Paris’ sabe que ele existiu; e, na nossa memória dos anos setenta, esse relâmpago de imoralidade vem associado ao nome de Maria Schneider, então com pouco mais de vinte anos, mais do que à arte de Bernardo Bertolucci ou à presença de Marlon Brando, nomes mais famosos do que o da atriz que ontem morreu em Paris. A esta distância, vamos lá, o filme não era essas coisas – depois do 25 de abril limitou-se a cumprir esse papel de “relâmpago de imoralidade” que fez crescer as filas à porta dos cinemas, aumentar o falatório, despertar piadinhas de gosto duvidoso. O filme também era duvidoso. Isso aumentou a dose de trágico que rodeou a memória de Maria Schneider, uma personagem lendária da história cultural e sexual dos anos setenta.

***

O moçambicano de origem portuguesa João Paulo Borges Coelho, que ganhou o Prémio Leya com ‘O Olho de Herzog’, regressa às livrarias este mês com ‘Cidade dos Espelhos’ (Caminho), que leva o subtítulo ‘Novela Futurista’.

***

FRASES

"Dúvida: o partido de Mubarak seria socialista, social-democrata ou trabalhista?" António Figueira, no blogue Albergue Espanhol.

"Os governos não enxergam para lá das eleições e só de soslaio olham para as próximas gerações." Bagão Félix, ontem, no CM.

Etiquetas: