janeiro 16, 2011

Perdido por cem

Pela boca morre o peixe. Manuel Alegre (no âmbito da estratégia de fazer campanha apenas para comentar as frases de Cavaco) acha que um padre apelar a «a exercer o direito cívico» é «eleitoralismo do século passado» e violação da separação entre Igreja e Estado; no dia seguinte, claro, admite que um sacerdote fale num comício seu em nome do Bloco. Critérios muito elásticos por estas bandas. Cavaco é populista porque fala dos salários; Alegre promete intervir em tudo o que a Constituição interdita o presidente de intervir, inclusive nos projetos de revisão constitucional. Que Cavaco comente a situação económica, é uma interferência fatal e criminosa; que Alegre o faça, é bem-vindo. Alegre caiu na esparrela armada pelos seus apoiantes; eles não o querem ver eleito. Preferem terra queimada.

in Correio da Manhã - 16 Janeiro 2011

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