janeiro 06, 2011

Blog # 774

Malangatana (1936-2011) era, de certa maneira, sinónimo de Moçambique. Não há outro nome que tão bem traduza a identidade africana e moçambicana – nem espelho tão perfeito, formas tão naturais, biografia tão adequada. Quando dizíamos o nome do pintor – queríamos dizer Moçambique, África. No complexo mundo das relações entre os africanos e Portugal, Malangatana introduziu também um módico de sensatez e de amabilidade, características que nunca o abandonaram apesar da rudeza com que foi recebida a sua obra pelas autoridades coloniais, ou apesar de (depois da independência) ter sido internado pela Frelimo num campo de reeducação. Era uma das grandes figuras daquele país; era, também, uma das grandes figuras do meu país, qualquer coisa entre África e uma memória perdida.

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Uma pérola: com tradução (do italiano) e seleção de José Manuel de Vasconcelos, a Assírio & Alvim publicou uma antologia da belíssima poesia de Umberto Saba: “Chegámos onde se estende o mar/ com praias solitárias, ondas azuladas.”

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FRASES

"O camião recusava-se a andar porque era muito pesado e a areia muito mole." Elisabete Jacinto, ontem, no CM.

"Também eu acredito que ninguém fez mais do que Sócrates para promover a corrupção em Portugal." Luís M. Jorge, no blogue Vida Breve.

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