setembro 27, 2010

Blog # 703

O Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa atribuiu o seu maior prémio ao filme argentino ‘El Último Verano de la Boyita’, de Julia Solomonoff. E houve um gesto de coragem: uma menção especial para ‘I Shot My Love’, do israelita Tomer Heymann. Algumas organizações gay vagamente políticas, além de um cineasta ou outro, retiraram-se ou criticaram o festival por ele ter aceite, entre os patrocinadores, a Embaixada de Israel. O problema é que os críticos são ‘apoiantes da Palestina’, o que, na sua pobre língua (a inteligência não vai mais longe), significa alimentar a histeria contra Israel. Da próxima vez espero que apresentem os seus filmes em Gaza, onde os homossexuais são punidos com prisão, tortura e pena de morte. Ou peçam apoio à embaixada do Irão, está claro.

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Em resumo: muito, muito bom. O romance de José Eduardo Agualusa, ‘Milagrário Pessoal’ (Dom Quixote), é uma brilhante alegoria sobre o destino da Língua, o cruzamento de destinos – e o que não pode dizer-se por palavras. Não perder.

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FRASES

"Estou aqui a falar, mas não sabem quem eu sou. Eu sou o Manoel de Oliveira." Manoel de Oliveira em Famalicão, ontem, no CM.

"Cuba, após meio século de construção do socialismo, começou a desmontar os andaimes." Tomás Vasques, no blogue Hoje Há Conquilhas.

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