agosto 31, 2010

Blog # 684

Alguns livros de história estão a alterar a forma como a “história dos vencedores” trucidou, alterou ou, simplesmente, descreveu mal algumas épocas ou figuras controversas recentes. Na sua ‘História de Portugal’ (Esfera dos Livros), Rui Ramos trata os séculos XIX e XX com distanciamento e com dados que festejam os bentinhos da I República. Agora, com a sua biografia de Salazar (Dom Quixote), Filipe Ribeiro de Meneses abre caminho para uma dessacralização do mito – à esquerda e à direita. Abateu-se sobre Rui Ramos a fúria dos bonzos, tal como a biografia de Meneses será atacada por não ser suficientemente ‘anti-fascista’. O problema do tempo é justamente esse, o de desvalorizar a história ‘alinhada’, à maneira da do Estado Novo, mesmo se for de sentido contrário.

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LIVROS DE VERÃO (41). Última recordação de agosto fica com ‘Agosto’, de Rubem Fonseca (D. Quixote): uma história política com a perseguição a Getúlio Vargas e o seu suicídio como pano de fundo. Um grande romance.

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FRASES

"O novo dos Arcade Fire não vale a ponta de um chavo." Bernardo Pires de Lima, no blogue União de Facto.

"Apanhado a mentir, António Lobo Antunes ficou ainda mais rosadinho." Manuel Catarino, ontem, no CM.

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