agosto 25, 2010

Blog # 680

A literatura sobre a guerra colonial (a que agora sucede, finalmente, uma memória dos portugueses sobre África) teve momentos altos. António Lobo Antunes abriu caminhos originais nessa onda de romances que tentaram o retrato de uma época e de um trauma. Era necessário, até para que nos pudéssemos confrontar com o passado. Mas uma coisa é a aventura literária – e os testemunhos pessoais que ela transporta. Outra, diferente, é a falsificação que desfigura o registo real da guerra. A literatura sempre viveu de excessos – mas os homens verdadeiros vivem da sua memória, das suas feridas e da sua experiência. O conflito entre antigos militares e os relatos de Lobo Antunes tem a ver com isso. Se a literatura se coloca na trincheira da história, tem de respeitar a história.

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LIVROS DE VERÃO (37). Para assinalar o Centenário da dita, A Texto reeditou o clássico de A.H. de Oliveira Marques, ‘A Primeira República Portuguesa’, originalmente publicado em 1970, no seu regresso do exílio americano.

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FRASES

"É natural que precise de tempo para se adaptar a Lisboa." Paulo Assunção, do At. Madrid, sobre o guarda-redes Roberto. Ontem, no CM.

"O governo aumentou os impostos. ‘Tendencialmente gratuito’ quer dizer o quê?" Carlos Nunes Lopes, no blogue 31 da Armada.

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