Azedume de Mourinho
Guerra verbal ou nem isso – a troca de declarações entre André Villas-Boas e José Mourinho animou desnecessariamente o final desta semana. A menos que haja outros factos (pessoais, ocultos, suspeitos), um treinador como José Mourinho não tinha necessidade de invocar a sua experiência para espevitar Villas-Boas e a sua estreia em competições oficiais. Ora, o que disse José Mourinho? Que a sua experiência tinha mais peso do que a de Villas-Boas antes de chegar ao comando do FC Porto. Grande coisa, a experiência, sem dúvida – mas, feitas as contas, a diferença é de apenas um jogo na contabilidade. Mourinho não tinha necessidade alguma de entrar nesta guerra ou de provocar o seu antigo adjunto, actual treinador do seu antigo clube. O aspecto da coisa, digamos, não ficou a favorecê-lo, a menos que, na base dessas declarações (uma entrevista ao jornal “Record”, que deu natural destaque ao “assunto FC Porto”) esteja o ressentimento de Mourinho contra o seu antigo adjunto e contra o seu antigo clube. A ser verdade, é uma face muito pouco simpática do actual treinador do Real Madrid, que nem um nem outro merecem. Como José Mourinho, aliás, intimamente sabe.
Que a aposta do FC Porto é de risco – evidentemente que é. Mas José Mourinho não é a pessoa mais indicada para mencionar “o risco”, “a idade” ou a “falta de experiência” de Villas-Boas. O seu inegável talento (de que esta coluna é insuspeita de regatear, como tem sido evidente) não é desculpa para uma adversativa tão cruel, tão deslocada e com tanta falta de senso. Azedume inesperado, é o mínimo que se pode dizer.
2. Evidentemente que a pré-época do FC Porto não foi promissora. Mas os jogos a sério começam este mês e não antes. Uma equipa vencedora constrói-se em vários meses (como aqueles que Mourinho precisou no FC Porto, para não ir mais longe) de trabalho e de rotinas. A mudança necessária no clube e no plantel não foi radical, como alguns esperavam, mas deu sinais do que pode vir a ser. Pode ser que os gatos-pingados fiquem surpreendidos.
in A Bola - 7 Agosto 2010
Que a aposta do FC Porto é de risco – evidentemente que é. Mas José Mourinho não é a pessoa mais indicada para mencionar “o risco”, “a idade” ou a “falta de experiência” de Villas-Boas. O seu inegável talento (de que esta coluna é insuspeita de regatear, como tem sido evidente) não é desculpa para uma adversativa tão cruel, tão deslocada e com tanta falta de senso. Azedume inesperado, é o mínimo que se pode dizer.
2. Evidentemente que a pré-época do FC Porto não foi promissora. Mas os jogos a sério começam este mês e não antes. Uma equipa vencedora constrói-se em vários meses (como aqueles que Mourinho precisou no FC Porto, para não ir mais longe) de trabalho e de rotinas. A mudança necessária no clube e no plantel não foi radical, como alguns esperavam, mas deu sinais do que pode vir a ser. Pode ser que os gatos-pingados fiquem surpreendidos.
in A Bola - 7 Agosto 2010
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