setembro 16, 2009

Blog # 441

O trágico regressa à nossa vida; esperamos por ele com o Outono e damos-lhe um nome: Gripe A. Podem reler-se as páginas de ‘A Peste’, de Albert Camus, para compreender como a ameaça é real – tanto para o corpo como para a relação com os outros. Lavar as mãos, usar desinfetantes e arejar as casas são recomendações que soam a pouco, mas inevitáveis. O perigo é mais autêntico a partir desta semana, com o regresso às escolas e a “normalização” da vida das famílias, que não podem deixar de evitar nem o vírus nem o medo, que ainda são invisíveis a olho nu. Nestas circunstâncias, o debate sobre o pessimismo e o otimismo não tem razão de ser; vivemos debaixo da ameaça, do risco iminente. A nossa civilização desconhece a ideia de “perigo iminente”; aprende a viver com o trágico.

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A Presença começou a publicar as obras de Florbela Espanca em quatro volumes. O primeiro deles acaba de sair, dedicado à poesia (tal como o segundo), com introdução e organização de José Carlos Seabra Pereira. Boa oportunidade.

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FRASES

"Vamos ter um stress." Francisco George, Diretor-Geral da Saúde, sobre a epidemia da Gripe A.
Ontem, no CM.

"É hora da algazarra das claques, das moscas-jornaleiras e dos blogues oficiais." Filipe Nunes Vicente, no blogue Mar Salgado.

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