abril 25, 2011

Blog # 851

João Maria Tudela será sempre lembrado por “Kanimambo” – eu recordá-lo-ei por “Lourenço Marques”, uma canção romântica que transportava, não apenas a memória colonial, mas a homenagem à “cidade das acácias”, a “pérola do Índico”. O tempo não foi justo nem injusto para com João Maria Tudela – foi o grande cantor do “verão eterno” daquele Moçambique, e calhou-lhe ser afastado e vetado pelo regime de então, bem como pelo que se lhe seguiu em 1974. Há uma maldição que persegue os que não têm território. Ia lembrar outros nomes que deixaram de ter pátria, como Rui Knopfli, poeta que não pôde ser moçambicano nem se sentiu, nunca, inteiramente português. Diz-se que os últimos tempos não foram felizes para Tudela; ele será, para as novas gerações, uma antiguidade a redescobrir.

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O Brasil transformou Hugo Gonçalves? Talvez. A prova está em ‘Fado, Samba e Beijos com Língua’ (Clube do Autor), o novo livro do autor de ‘O Coração dos Homens’ e de ‘O Maior Espetáculo do Mundo’. Lançamento amanhã ao fim da tarde.

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FRASES

"A única concepção democrática que existe na cabeça dos fanáticos não admite discórdias." João Pereira Coutinho, ontem, no CM.

"Os imortais não são mais à prova de morte do que os cidadãos anónimos." Paulo Araújo, no blogue Dias Com Árvores.

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