agosto 09, 2010

Blog # 668

A solidão de Pinto Monteiro, Procurador-Geral da República, seria tema para uma novela policial. Isolado dos seus, defendido pelos que não lhe são a melhor defesa (porque têm interesses óbvios e lhes convém mantê-lo), acumulando ‘gaffes’ sobre ‘gaffes’, disparando generalidades quando falha no essencial, o procurador vive a solidão dos homens cujo poder se mantém preso por fios, cumplicidades e más consciências. Seria um personagem de John Le Carré, lançado às feras em ‘O Espião que Saiu do Frio’, vítima de uma chantagem sem nome, o que o coloca no meio de dois fogos e sem que conheça o alcance das suas jogadas. Na decadência de Alec Leamas, o personagem, todos os processos em que toca se transformam em imbróglios. No seu caso, está à vista. Não sabe se sairá do frio.

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LIVROS DE VERÃO (25). Pode continuar-se a saga Le Carré com a recente reedição de ‘Gente de Smiley’ (Dom Quixote), com prefácio do autor – é, aviso desde já, o melhor de todos os seus livros ‘de espionagem’. Uma obra de arte.

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FRASES

"Na verdade, cada Dalí é uma falsificação. Ele falsificava os seus próprios quadros. Stan Lauryssens, falsificador e escritor. Ontem, no CM.

"Michelle Obama mandou fechar Marbella para lá se festejar o encerramento de Guantánamo?" No blogue O Jansenista.

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