maio 13, 2010

Blog # 607

O discurso de Bento XVI no CCB, ontem de manhã, é um curioso roteiro das relações entre a religião, a cultura, a racionalidade e a história. O seu apelo final (“Fazei coisas belas, tornai as vossas vidas lugares de beleza.”) recupera um ideal iluminista que a modernidade destruiu no meio do ressentimento e do desejo de morte. A humanidade educada no meio do transitório (ou dedicada ao tempo que passa) não compreende o que há de radical nesse incitamento. Porque se trata de um desafio terrível, que só a arte pode traduzir. O resto é obra interior, silenciosa, espantada, individual – e não admite multidões. Bento XVI sabe como é um confronto terrível: “Não tenhais medo de vos confrontar com a primeira e última fonte da beleza”, disse ele. Deus é um relâmpago desconhecido.

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Delicioso: ‘Halley. O Cometa da República’ (Temas e Debates), de Joaquim Fernandes, é uma releitura das reações portuguesas à passagem do cometa em Maio de 1910. Uma visita ao imaginário, ao medo e à propaganda política.

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FRASES

"A cultura é fonte inspiradora da vida." Bento XVI, ontem, no CM on-line.

"Eu, que não sou católico, oiço com atenção o que este homem, ex-Ratzinger, tem para me dizer." Bruno Vieira Amaral, no blogue A Douta Ignorância.

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