maio 07, 2010

Blog # 603

Se fizermos bem as contas, não é assim tanto tempo: passam amanhã 130 anos sobre a morte de Gustave Flaubert. Todos ouvimos falar de ‘Madame Bovary’; mas ainda ficam para ler livros como ‘A Educação Sentimental’, ‘Salambô’ ou o extraordinário ‘Bouvard et Pécuchet’, para não mencionar o ‘Dicionário de Ideias Feitas’, um catálogo de observações de Flaubert sobre o mundo e a sociedade francesa da época, e que os políticos de hoje deviam ler para não caírem na tentação de se julgarem inteligentes. É pedir muito, talvez. O melhor é não ter esperança – e ler Flaubert, apenas. O seu talento basta-nos. A ironia, a crueza, e também o amável sentido da desesperança que bate à porta de todos os seus livros. É o destino dos grandes autores: sobreviver entre o esquecimento e a glória.

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Para leitores de Andrea Camilleri (que não escreve apenas ‘policiais’ com o comissário Montalbano): a Bertrand lança este mês, ‘Um Sábado com os Amigos’ – uma novela curta, deliciosa, mediterrânica, boa para sábados de Maio.

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FRASES

"Conseguir um emprego, só com uma boa cunha. Pouco interessa a formação ou a qualificação." Rui Rangel, ontem no CM.

"O que eu sei é que estar aqui a escrever me descontrai e diverte, meus amores." Maradona, no blogue A Causa Foi Modificada.

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