maio 11, 2010

Blog # 605

Conheci Joaquim Vital (1948-2010) em Casablanca, longe de Paris e de Lisboa. Não se tratava apenas de um editor português em França, onde vivia desde 1973, depois de sete anos de exílio em Bruxelas; era o editor de La Différence – o que significa que publicou excelentes livros (de ensaio, ficção e arte) e bons autores (com ele aprendi a gostar de literatura marroquina). Surpreendeu-me a sua afabilidade (que contrastava com a fama de ser irascível) e, ao mesmo tempo, a ironia delicada e excêntrica com que falava de Portugal e de literatura. A sua morte na passada sexta-feira, em Lisboa, deixou-nos sem um interlocutor. Mais do que isso, para não sermos egoístas: deixou a Europa sem um editor à moda antiga, que publicava livros de que gostava. O que é cada vez mais raro.

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“Onde estavas em 1974 e 1975?” Se a sua resposta é “na extrema-esquerda”, é bom ler ‘A Esquerda Radical’, de Miguel Cardina (Angelus Novus), um roteiro das bandas ‘m-l’ e maoista nos anos de fogo, antes e durante a revolução.

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FRASES

"Portugal não parece bem." Paul Krugman, Prémio Nobel da Economia. Ontem, no CM.

"Hoje sou apenas um dos antiteístas com fé inabalável em Jesus." João Tunes (adepto do Benfica), no blogue Água Lisa.

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