março 30, 2009

Blog # 319

A Inquisição foi extinta a 31 de Março de 1821, há quase duzentos anos. Mas deixou trabalho para outros duzentos. Durante a sua existência, o país dividiu-se em acusados, acusadores e denunciantes, a maior parte deles anónimos. Se há categoria de gente reles é essa – a que vive feliz com a pequena denúncia, o rumor, a suspeita permanente, a “teoria da conspiração”, a insídia moral, o riso escarninho. Junto com essa categoria há a outra, a dos que se ajoelham e se especializaram em justificações para agradar aos poderes – aos grandes e aos pequenos, aos gerais e aos particulares. Passados estes anos, a Inquisição ainda resiste. Só faltam as fogueiras. O povo gosta de ver. Os juízes, o melhor que têm a fazer, é exigir que se legalize a denúncia anónima. Aliás, já o fizeram.

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Vantagens da gripe: obriga-nos a ler livros que deixámos passar. Um deles é ‘Amantes dos Reis de Portugal’, de Paula Lourenço, Ana Cristina Ferreira e Joana Troni (Esfera dos Livros): ah, digna estirpe, valentes e esforçados reis.

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FRASES

"O futebol não é para quem merece mas sim para quem marca e vence." Carlos Queirós, ontem, no CM.

"Não é um ‘problema’ de Carlos Queirós; é dos portugueses: conversa, conversa, conversa…" Tomás Vasques, no blogue Hoje Há Conquilhas.

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