O hábito de perder e de ganhar
O Real ganhou 7-1, o Barcelona perdeu 1-4 – quer isto dizer que a época vai corresponder a estes resultados? Os visionamentos de pré-época são tão decisivos como se julga ou só depois da Supertaça e do final de Agosto é possível prever como vai decorrer a primeira metade do campeonato? São perguntas de todos os Verões, naturalmente; preenchem aquela “margem de fé” que constitui o suplemento da relação do adepto com o futebol propriamente dito. Veja-se o ano passado: estava escrito que o FC Porto ia ter dificuldades acrescidas e vastíssimas com a inexperiência de André Villas-Boas – alguns jornais exageraram mesmo no vaticínio e foram obrigados a escrever em fogo lento durante dois a três meses. Nada que os levasse a manter algum bom senso durante esta pré-temporada: o manancial de recursos anti-portistas mantém-se em boa forma se bem que moderado por algumas cautelas. Mas está lá e dança de acordo com a música, que nem é surpreendente.
A tarefa de Vítor Pereira é, pois, ainda mais difícil do que a de Villas-Boas. Sobre André pesava a desconfiança total e aberta, de modo que a vitória sobre o Benfica na Supertaça de 2010 foi um castigo merecido sobre os comentadores do costume. Sobre Vítor Pereira pesa o silêncio; é pior. Poucos se atrevem a dar dois passos quando um é suficiente para falhar.
O problema é que o futebol-futebol não é feito de vaticínios nem de vencedores antecipados. Sobretudo não é feito destes últimos – uma breve revista da imprensa dos Verões dos últimos trinta anos pode ser muito esclarecedora: há demasiados “campeões de Agosto” e “campeões de Inverno” que não arrecadaram o título que conta. Lendo os últimos dias, percebe-se que os comentadores do costume não aprenderam nada. Deve ser do hábito de perder antes de tempo.
in A Bola - 6 de Agosto 2011
A tarefa de Vítor Pereira é, pois, ainda mais difícil do que a de Villas-Boas. Sobre André pesava a desconfiança total e aberta, de modo que a vitória sobre o Benfica na Supertaça de 2010 foi um castigo merecido sobre os comentadores do costume. Sobre Vítor Pereira pesa o silêncio; é pior. Poucos se atrevem a dar dois passos quando um é suficiente para falhar.
O problema é que o futebol-futebol não é feito de vaticínios nem de vencedores antecipados. Sobretudo não é feito destes últimos – uma breve revista da imprensa dos Verões dos últimos trinta anos pode ser muito esclarecedora: há demasiados “campeões de Agosto” e “campeões de Inverno” que não arrecadaram o título que conta. Lendo os últimos dias, percebe-se que os comentadores do costume não aprenderam nada. Deve ser do hábito de perder antes de tempo.
in A Bola - 6 de Agosto 2011
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