Blog # 843
João Leal Pereira ganhou um concurso em que o objetivo era desenhar sardinhas que possam ser símbolos das Festas de Lisboa. São 15 as sardinhas, mas a deste estudante de ‘design’ merece distinção. Porquê? Porque escolhe elementos da literatura como marcas da cidade. Para além do fado e de uma ou outra presença (nem sempre louvável) na pintura, é a literatura que de forma mais duradoura fixou Lisboa. A sua ‘sardinha’ tem ‘rosto’ de Eça de Queirós e ainda os retratos de Camões e de Pessoa. Poderia acrescentar Rodrigues Miguéis ou José Cardoso Pires, Saramago ou Mário Cesariny. Cidades como Dublin, por exemplo, desenvolveram o turismo literário, que procura a cidade de Joyce e do ‘Ulysses’. Quem tem Pessoa não precisa de mais nada. Lisboa, cidade de Pessoa. E rima e tudo. *** Depois de um magnífico ‘O Homem Que Queria Ser Lindbergh’, João Lopes Marques regressa com ‘Iberiana’, um delírio romanesco sobre “os povos peninsulares” – não é: é, antes, sobre a possibilidade de a literatura se render à imaginação. *** FRASES "Ouve-se José Sócrates a falar e fica-se basbaque: deve ser outro país aquele de que fala." Pedro S. Guerreiro, ontem, no CM. "Ter pena e sentir vergonha pelo meu país também é patriotismo." J. Rentes de Carvalho, no blogue Tempo Contado.
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