abril 05, 2011

Blog # 837

Em 1995 visitei o escritor Hugo Claus, em Antuérpia. Ele era o autor de um dos mais belos “livros europeus” de sempre, ‘Le Chagrin des Belges’ (em Portugal, ‘O Desgosto da Bélgica’), e candidato permanente ao Nobel. Poeta notável, romancista, Claus era um homem digno, culto – e triste. Um pormenor havia, no entanto, na sua biografia: vivera durante dez anos com a atriz Sylvia Kristel, a de ‘Emmanuelle’, o filme “erótico” de Just Jaeckin que agora se anuncia ir passar a uma versão de 3D. ‘Emmanuelle’ sempre me pareceu a emanação de um erotismo para francês ver, pirosinho e previsível, bom para a nossa adolescência. Uma versão ‘arredondada’ de ‘Emmanuelle’ (uma velharia quase belga do tempo em que não havia depilação brasileira) em 3D é uma perversão no limite da decência. *** Duas traduções memoráveis: antologias de Lope de Vega e de Luis de Góngora (ambas na Assírio & Alvim), sob a responsabilidade de José Bento, que além da tradução e da seleção de textos, assina prólogos esclarecidos e notáveis. *** FRASES "Nunca esquecerás que a política é a arte do possível – pelo menos em democracia." Pedro Correia, no blogue Delito de Opinião. "Tenho uma vida saudável. Por exemplo, faço aulas de flamenco." Carla Salgueiro, atriz, ontem, no CM.

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