setembro 13, 2010

Blog # 693

O meu primeiro filme de Claude Chabrol, que morreu ontem, foi ‘Violette Noizière’ (com Isabelle Huppert). Tinha o fundamental: um olhar. Ou seja, aquilo que, nos seus filmes, escurecia o ecrã até o transformar num registo de movimentos em falso – só um grande leitor de romances policiais poderia fazê-lo (veja-se a adaptação de Ruth Rendell, com Sandrine Bonnaire, Huppert e Jacqueline Bisset). Admirador e estudioso de Hitchcock, foi com Rohmer, Godard e Truffaut que reinventou o cinema francês, nunca esquecendo a literatura (adaptou Flaubert, ‘Madame Bovary’ , e Maupassant, ‘Bel Ami’) nem “a vida francesa”, que nos seus filmes é uma obsessão entre o cómico e o cínico. Foi também (na vida e na arte) um gastrónomo de eleição, o que o salva de todos os erros de perspetiva.

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Em 1923, ao cumprir 66 anos, Freud descobre que está doente e que provavelmente morrerá. É este o ponto de partida para um romance enternecedor, ‘Onde Três Estradas se Encontram’, de Salley Vickers (Teorema), a ler tranquilamente.

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FRASES

"A estabilidade é sempre muito importante. Sobretudo, para quem quer manter o poder que já tem." Pedro Froufe, no blogue Blasfémias.

"As famílias entendem, e bem, que não há futuro sem educação." Mariano Gago, ministro da Ciência. Ontem, no CM.

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