fevereiro 24, 2010

Blog # 552

Na sequência da tragédia madeirense levantaram-se imediatamente as vozes clamando sobre os desmandos do urbanismo. É evidente que há atropelos no povoamento e distribuição das casas pelas encostas da ilha, e que é preciso corrigir. Os novos sábios, muito jovens e imunes, se pudessem regressavam ao século XV e corriam tudo a chicote. Ninguém iria morar para o Curral das Freiras, seria proibido viver no Paul da Serra e nunca haveria uma estrada a ladear a encosta Norte até Porto Moniz. O mundo seria um lugar fantástico, desenhado a régua e esquadro, chefiado por tiranetes que – à distância – espreitam os perigos globais. Para eles, a Natureza nunca conta e nunca é violenta. Fazem-lhe festinhas e gemem. Tenham cuidado com esta gente que sabe tudo e fala em bicos de pés.

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Na Dom Quixote, sai por estes dias ‘Inversos’, a poesia de Ana Luísa Amaral entre 1990 e 2010. “Horror é conhecer. Tudo o resto/ se cura com a vida.” Ou: “Andar como nas dunas sobre o tempo/ o desejo do sol/ do outro lado”.

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FRASES

"Não há democracia sem partidos. Mas com estes maus partidos não haverá outra democracia." Luís Januário, no blogue A Natureza do Mal.

"Comissão de Ética: um espetáculo penoso, com heróis improváveis e malandros impenitentes." Constança Cunha e Sá, ontem, no CM.

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