fevereiro 22, 2010

Blog # 550

A tragédia só tem um nome: tragédia. A força da natureza destruiu uma parte desse equilíbrio entre ela mesma e o povoamento da Madeira. Uma das mais belas cidades portuguesas, ou a mais bela, o Funchal, ficará abalada durante muito tempo por essa tragédia. Ao recordar a beleza profunda, irremediável e fantástica dos seus cerrados, das suas florestas, picos, falésias, do seu rumor ilhéu, não se pode senão ficar do lado dessa gente orgulhosa que sofre com o isolamento e a claustrofobia – e, agora, com a destruição. Mais tarde, poderemos discutir o ordenamento, a ocupação do território, o urbanismo. Agora, silêncio, compaixão, ajuda e pudor. Mesmo se a memória nos atraiçoa em nome da beleza transitoriamente perdida do Funchal, uma varanda humana e luminosa sobre o mar.

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‘Cardeal Cerejeira, o Príncipe da Igreja’ (Esfera dos Livros) é um livro ímpar e escrito com a independência e a elegância de uma grande historiadora, Irene Pimentel. Uma biografia de Cerejeira como representante do país.

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FRASES

"Nunca senti nas pessoas da Madeira tanto medo da água que, na ilha, está por todo o lado." Laura Abreu Cravo, no blogue Mel com Cicuta.

"[Ao cardeal Cerejeira] nunca se lhe conheceu nenhuma namorada, mesmo antes de sacerdote." Irene Pimentel, historiadora. Ontem, no CM Domingo.

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