Jogar com os que for preciso
1. Tudo começa de novo. Recomeçou depois da saída de Co Adriaanse, com um plantel transformado em molho holandês, destruído com método e empenho (ainda hoje penso nisso só de me lembrar de Diego); recomeçou no ano seguinte com um grupo construído «à imagem de Jesualdo» – e este ano, quando tudo levava a crer que o FC Porto tinha uma equipa relativamente sólida, capaz de jogar futebol e de não se inclinar para a disputa da Liga Europa, o palco enche-se com novos jogadores. Ia a dizer protagonistas, mas, na verdade, é coisa que ainda não há. Por um lado, é pecado de portista, este, o de achar que o mundo desaba de cada vez que mexem no tapete que nos deu o tetracampeonato; por outro lado, o tetracampeonato foi conquistado com o tapete sempre a mexer-se, com entradas, saídas e dúvidas honestas. Tudo isso a juntar à campanha miserável contra o clube, essa sim, uma conspiração de desalojados de qualquer tapete.Acontece sempre, portanto: o começo da época tem, associado, aquele ligeiro tremor – como é que vai jogar o FC Porto? As promessas estão lá e, nesta altura, cada um de nós faz a equipa ideal. Arrisquemos, para lá da baliza: Bruno Alves, Rolando, Nuno André Coelho (gosto de jogadores com três nomes) e Maicón, Fucile de um lado e Álvaro Pereira do outro, Fernando e Meireles com a concorrência de Beluschi e Valeri, Falcão, Hulk, Mariano e Rodríguez com a concorrência de Farías. Em quantos vou? Dezasseis, se lhes juntar um dos guarda-redes. É quanto basta. Devíamos jogar com dezasseis, vá lá quinze, em nome do futebol.
2. Valeri. Ainda não o vi jogar mas ele promete bons títulos em jornais inteligentes. Pela alcunha: «o bibliotecário». Um tipo assim faria as delícias de Carlos Pinhão e Carlos Miranda. Porquê «o bibliotecário»? Valeri explicou: porque gosta de ler, coisa que faz com insistência. Não é que no futebol se sinta a falta desta qualidade – mas é bom ter um excêntrico nas fileiras. Nem que seja para ler as quatro linhas essenciais.
3. Agora, que o Benfica já é campeão, pode começar a época de futebol. Isto, dito assim, parece mal – mas é a sina de todos os Verões portugueses.
in A Bola - 7 Agosto 2009
2. Valeri. Ainda não o vi jogar mas ele promete bons títulos em jornais inteligentes. Pela alcunha: «o bibliotecário». Um tipo assim faria as delícias de Carlos Pinhão e Carlos Miranda. Porquê «o bibliotecário»? Valeri explicou: porque gosta de ler, coisa que faz com insistência. Não é que no futebol se sinta a falta desta qualidade – mas é bom ter um excêntrico nas fileiras. Nem que seja para ler as quatro linhas essenciais.
3. Agora, que o Benfica já é campeão, pode começar a época de futebol. Isto, dito assim, parece mal – mas é a sina de todos os Verões portugueses.
in A Bola - 7 Agosto 2009
Etiquetas: A Bola
<< Home