abril 17, 2008

Blog # 74

Parte do país que dá erros ortográficos em rol anda preocupado com o Acordo Ortográfico. Faz bem. É preciso que haja um choque para que acorde. O Ministério da Educação, há não muito tempo, publicava as mais estapafúrdias regras de correcção de um teste de Português, pedindo aos professores que não tivessem em conta os erros ortográficos (não sei como ninguém morreu de apoplexia). A televisão pública passa rodapés com erros de ortografia e sintaxe (tantos altos-comissários e altas-entidades e não aparece nenhuma a vigiar a ortografia na tv?). Há manuais escolares, autorizados pelo Ministério da Educação, com erros ortográficos. Os programas de português hostilizam ou menosprezam a literatura nas aulas. Se tivessem de ler todos os romances portugueses de hoje, os portugueses medianamente cultos do século XX corariam de vergonha – e só por causa da ortografia. É este país que hoje protesta por causa do Acordo Ortográfico. Digam lá se não há razões para desconfiar.

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A morte de Pedro Bandeira Freire deixa-nos mais tristes. Não apenas por ter sido o fundador do Quarteto, a mais emblemática sala de cinema do país, ou por ter sido argumentista de cinema. Pedro Bandeira Freire era, ele próprio, um personagem de filme – amável, divertido, cheio de histórias. A vida é assim, deixa-nos lembranças.

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São cinco-volumes-cinco: Joaquim Vieira coordena, com edição do Círculo de Leitores, uma grande fotobiografia do futebol. Sai a 12 de Maio próximo.

Diogo Mainardi, o mais plémico cronista brasileiro (na 'Veja') terá o seu não menos polémico romance 'Contra o Brasil' publicado em Portugal durante o próximo mês (edição Bertrand)

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FRASES

"Bush reúne-se com Bento XVI. Carter reúne-se com o Hammas. Faz sentido." Henrique Burnay, no blogue 31 da Armada.

"Quando passei na morgue e vi que lá estava grande parte do Benfica, melhorei e fui-me embora." Pinto da Costa, no CM de ontem.

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