abril 10, 2008

Blog # 69

Levante o dedo o primeiro português que confesse, aberta ou veladamente, que é a favor da corrupção, esse monstro que tudo devora (basta deixar) e que reúne cidadãos de todas as condições em guerra aberta. Não há, do Minho ao Algarve (e fazendo um desvio pela ilha do Corvo) um único português que não brade contra a corrupção. O sistema de justiça português, tirando os casos de pequenos ou grandes crimes contra pessoas, mais os tribunais administrativos e os de menores, dedicam-se a fundo à corrupção. O País inteiro vibra, aplaude, contorce-se e tem cãibras à custa da corrupção. Se um árbitro se equivoca num fora-de-jogo, mandemos-lhe uma brigada anticorrupção da PJ. Um professor dá má nota a um aluno? Pois que os pais o acusem de corrupção. Acusemos de corrupção o empregado de café que nos dá uma tosta mista quando tínhamos pedido um pastel de nata. Esgotemos a palavra corrupção, fartemo-nos dela. Invoquemo-la diariamente. Daqui a uns tempos ninguém liga. Viva Portugal.

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Desde há dez anos, que me lembre, que são sistematicamente denunciados os crimes do nazi de Harare, Robert Mugabe. A opinião da esquerda europeia era a de que se tratava de um vil ataque à "linha da frente". Quando os escombros do Zimbabwe ficarem à mostra, ver-se-á o preço da colaboração com os crimes e a loucura de Mugabe.

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O novo livro de José Manuel Saraiva, ‘Aos Olhos de Deus’, é lançado hoje à tarde em Lisboa. É uma aposta da Oficina do Livro.

E começam hoje as Letras de Lisboa, com organização de Inês Pedrosa, directora da Casa Fernando Pessoa, e Guiomar de Grammont, a organizadora do Festival de Ouro Preto, Brasil.

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FRASES

"O PS (em 1997) era uma organização bem desorganizada." Armando Vara, ontem no CM

"Estes cómicos que governam o PSD. Não se livrem deles a tempo, não." João Gonçalves no blogue Portugal dos Pequeninos

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