maio 26, 2008

Blog # 101

A Feira do Livro de Lisboa abriu as portas e, como se esperava, choveu. É meio caminho para confirmar a sua existência, porque chove todos os anos. Que haja barraquinhas ou pavilhões, a feira está ali – e deve permanecer. É festa, como sempre. Subir e descer o parque é um ritual importante; respirar entre as árvores faz bem às coronárias e favorece os encontros, entre as prateleiras de livros. Prefiro os livros velhos, aqueles quase esgotados, vendidos por dois ou três euros, ou menos, e é isso que vou lá buscar todos os anos. Há uma magia qualquer nos livros ao ar livre, folheados ou vistoriados por almas que durante um ano inteiro aguardam aquele dia – o dia da Feira. Gosto das pessoas que fazem listas e recolhem catálogos, organizando a sua biblioteca particular, onde há sempre espaço para mais um livro. Isso é a feira – as pessoas, o ar satisfeito ou inquieto de quem se perde por um livro. O resto não me interessa nem me interessou muito.

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A Angelus Novus lança 'Regras para o Parque Humano', de Peter Sloterdijk: uma interrogação ao humanismo, à utopia da leitura e à filosofia que vem das Luzes. O livro foi muito polémico na Alemanha, por supostas marcas do 'léxico nazi'. Por isso mesmo, convém lê-lo. Sem inocência.

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FRASES

"Há razão para todos os medos. Os pais sofrem." João Vaz, ontem no CM

"Quando pego num jornal não é para ler notícias, é para ler pessoas." Meg, no blogue Serendipity

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