abril 28, 2008

Blog # 81

Os liberais que desembarcaram na Praia dos Ladrões, na Areosa do Pampelido (ficaram para a história como ‘os bravos do Mindelo’), vinham dos Açores para ‘libertar Portugal’. Nas páginas da historiografia liberal, as ilhas permaneceram como uma espécie de reduto heróico de onde viria a redenção em momentos de crise. Depois da guerra civil e da ida de D. Miguel para o exílio, também os absolutistas encararam a hipótese de formar um exército para invadir o país a partir das ilhas; a dúvida é se o quartel-general seria nos Açores ou na Madeira. Para Alberto João Jardim não há lugar a dúvidas: é da Madeira que deve partir o exército para lutar contra a ‘candidatura do regime’ de Manuela Ferreira Leite. Para o efeito, como acontecia a cada passo com os generais, os príncipes proscritos e até os sargentos de milícias, o líder madeirense já dirigiu uma exortação ‘às bases do partido e aos dirigentes patriotas’. É certo que ainda lhe falta o exército, mas o discurso é de graça.

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O presidente do Comité Olímpico Português defende que um boicote aos Jogos de Pequim é prejudicial para a China, para o povo chinês e para os atletas. Pode ser. Ontem, Vicente de Moura dizia que não haverá restrições à liberdade de expressão dos atletas em Pequim, "excepto na Aldeia Olímpica". Vão falar na Praça Tianamen?

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Hoje, a partir das 17h00, a UEP decide se participa na Feira do Livro de Lisboa. A APEL admite mudar o regulamento de stands.

Poesia holandesa: de René Huigen, ‘Esteves!’, traduzido por Fernando Venâncio – é o ‘Esteves sem metafísica’, de Álvaro de Campos (edição Assírio & Alvim).

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FRASES

"Normalmente somos bem qualificados a produzir legislação, por vezes muita, muitas vezes boa." Vieira da Silva, ministro do Trabalho e da Solidariedade, ontem no CM.

"A preocupação dos partidos com a questão dos jovens é essencialmente preocupação com a cacicagem." João Miranda, no blogue Blasfémias.

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