fevereiro 20, 2008

Blog # 33

De repente, a entrevista do primeiro-ministro à SIC envelheceu e passou para o domínio dos assuntos sem interesse. Mas há um pormenor que não se esquece: o tabu. Cavaco teve o seu, Sampaio idem, até Durão Barroso tentou o seu pequeno tabu, que não durou mais do que dois ou três dias – ou seja, não chegou a ser meio tabu. Não se sabe se José Sócrates levava a armadilha preparada para estender à imprensa, que caiu nela a toda a largura – mas é fraca como jogada de marketing, pois faria supor que o PS, reunido em congresso, escolhesse outro candidato para substituir o líder que garantiu a primeira maioria absoluta. Ninguém cai na esparrela, salvo Manuel Alegre, se estiver em dia obtuso. Se parece natural que os socialistas não tenham alternativa a Sócrates (até porque devem estar-lhe gratos), já começa a ser estranho que a oposição não disponha de uma hipótese apresentável. O ensurdecedor silêncio do PSD só vai ser interrompido pela guerra interna que se aproxima.

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Aliás, o sinal de que José Sócrates se recandidata foi dado ontem mesmo, com o recuo do Governo no pacote legislativo sobre a gestão das escolas, entre outras coisas. Já tinha sido dado antes, com a demissão de Correia de Campos. Os utentes dos hospitais e os professores são duas multidões votantes que não convém desprezar.

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- É já amanhã que entra em distribuição ‘O Lavagante’, de José Cardoso Pires, edição inaugural de Nelson de Matos. Os pedidos dos livreiros já obrigaram a uma segunda edição simultânea.

- Aposta da Temas & Debates para este trimestre: o romance histórico ‘O Império dos Pardais’, de João Paulo Oliveira e Costa.

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FRASES

“Nada daria mais gosto ao primeiro-ministro do que anunciar a descida de impostos” Pedro Mexia, no blogue Estado Civil

"O ‘erotismo da infelicidade’ é uma noção demasiado aristocrática. E a sexualidade hoje está nas mãos da burguesia” Pedro Mexia, no blogue Estado Civil

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