Os 'êxitos' portugueses nos Jogos Olímpicos silenciaram o país, que aprecia Phelps, os basquetebolistas espanhóis e as ginastas chinesas. Acho bem. Não estamos presentes em nenhuma modalidade colectiva e, em termos individuais, eu esperava pouco da esgrima, do judo ou do tiro. Já espero melhor de Naide ou de Obikwelu. Mas o nosso desporto é de bancada. Tem cada vez menos a ver com sacrifício, trabalho, abnegação, silêncio e simpatia – basta ver a judoca Monteiro convertida à queixinha, como no futebol do seu clube. A doença do demérito está a ameaçar a sociedade portuguesa, que gosta de festejar mas não preza o caminho até lá. Confunde sucesso com aparecer na televisão. Não estou pessimista; acho, apenas, que é preciso mudar. As derrotas são um bálsamo para o carácter.
***Em Setembro, para marcar a rentrée portuguesa, sai o novo romance de Patrícia Reis, No Silêncio de Deus (Dom Quixote), uma história sobre a proximidade da morte e a ilusão do amor. O livro já tem edição marcada também para o Brasil.
***FRASES"Existe um clima adequado à pequena criminalidade perigosa, daquela que pode acabar mal." João Gonçalves, no blogue Portugal dos Pequeninos.
"São toscos, porque vieram cometer o assalto de cara destapada e com as mesmas roupas." Proprietário de um bar de Santarém, ontem no CM.
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